sábado, 19 de maio de 2012

O GPS (Fato verídico)



Minha filha tem uma cadelinha lhasa apso de nome Clarinha.
A danada é hiperativa e gostava de subir no sofá, assento e em cima do encosto,  qual equilibrista em arame de circo.
Em uma dessas “traquinagens” ela caiu estatelando-se ao chão e com isso lesando a patela.
Levamos ao veterinário, que recomendou cirurgia.
Eu achava que uma tala era suficiente, mas quem sou eu para discutir com um doutor?
O estado pós-operatório não foi feliz. Ela contraiu meningite e teve convulsões.
Esteve à beira da morte, a bichinha.
Levamos a um afamado neurologista veterinário em São Paulo e ele solicitou uns exames de ultrassom.
Marcada a consulta para a realização dos exames, ficamos sabendo que o local era no bairro Aeroporto, junto à Avenida dos Bandeirantes, área de intenso trânsito de veículos. E qual região de Sampa não é?
Ajustei o GPS para nos guiar até a clínica e durante o trajeto pela Via Anchieta, o aparelho só deu vexame... –“Vire à esquerda” (imagine se em uma rodovia estadual, algum veículo pode dobrar à esquerda!).
Afinal chegamos ao laboratório e no saguão durante a espera para sermos atendidos, tentei fazer o “treco” funcionar; e já estava desistindo, quando fomos chamados para o tal exame, dois pavimentos acima do que estávamos.
Adentramos a sala do ultrassom. 
A médica preparou a máquina para o exame e quando ela posicionou a cabecinha da cachorra para monitorar, ouviu-se nitidamente uma voz feminina: - “Vire ligeiramente à direita”. 
Com o susto, a profissional olhou para nós sem saber o que estava acontecendo e caímos na gargalhada. 
No final da sessão de exames, a doutora rascunhou nosso caminho de volta em um papel e o GPS nunca mais funcionou. 
Passaram-se dois anos e a Clarinha, que estava com expectativa de 6 meses de vida, está cada dia melhor. Graças a Deus.

2 comentários:

  1. Tecnologia será sempre resultado de algo que tem grandes chances de não funcionar mais a qualquer momento.
    Vida é milagre, dia a dia, minuto a minuto, as chances de se prolongar é um mistério incontestável.
    Torço que a da Clarinha se prolongue ainda mais, pois sei o quanto se sofre ao perder um amiguinho-animal. Abraços

    ResponderExcluir

Manifeste seu comentário