domingo, 3 de outubro de 2010

"Nós" nas urnas (elaborado em outubro de 2006)

Foi-se o tempo em que se votava com cédula. Não me refiro à cédula eleitoral, aquela que ainda hoje existe para ser usada pelos eleitores das pequenas cidades, não. Estou me referindo aos panfletos com o nome do candidato a deputado estadual ou federal, que a gente colocava em um envelope oficial e colava antes de depositar na urna eleitoral; (e dizer que na época, analfabeto não podia votar...). – Já dá para imaginar como era demorado esse processo, não? Mesmo assim, nunca enfrentei fila par votar. Era muito rápido o ato de cumprir com o dever democrático, apesar do absurdo método. Agora, nem queira saber como era o processo de apuração... Pobres escrutinadores! Sei que tem cérebros que já pensaram até no voto por código de barras ou com scanner reconhecedor de caracteres: O eleitor chegaria com sua “cola” ou lista de candidatos, na ordem que a urna eletrônica pediria e só passaria a caneta ótica ou o scanner e pronto! Dever cumprido. Praia pra que te quero! Mas na prática não confirmou a teoria... Filas imensas mostraram que o processo não é tão ágil assim. Parece que só melhorou no que diz respeito ao tempo de apuração dos resultados... O processo eletrônico das últimas eleições fez muita gente se atrasar e até deixou muito eleitor do lado de fora do prédio eleitoral, como foi o caso daquele velhinho, que desesperado, queria votar no seu candidato a presidente, insistindo para ser recebido em uma das seções e portando entre suas mãos trêmulas, um papel amarelo e roto, o qual com muito custo, desdobrou e onde podia ser lido com certa dificuldade, um nome: Getúlio Vargas.
(Baseado em relato verídico)