“A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando
o futuro”
(John Lennon).
(John Lennon).
Pode parecer paradoxal o que vou comentar a seguir, depois
do que escrevi na crônica anterior. Já explico.
Existe um movimento se espalhando pelo mundo incluindo o
Brasil, contra a corrida desenfreada dos atuais dias.
Nasceu na Itália através da iniciativa do jornalista Carlos
Petrini, com o nome de “Slow Food”, cujo símbolo é um caracol, em contraposição ao “Fast-Food”, criado na
América do Norte.
Pretendia ele defender os bons hábitos alimentares, a cultura e a
produção de alimentos oriundos da sua terra, em benefício da saúde e consequentemente da qualidade de vida dos italianos.
Além de disseminar a ideia em toda a Europa, o movimento
adquiriu outras formas de "Slow Way", como no trabalho, na educação e até no
lazer, dando um basta nessa maratona da vida moderna, onde tudo tem que ser
rápido e imediato e, nem sempre muito bem digerido.
O bom da vida é poder saborear as coisas que ela nos oferece.
Aí, o leitor desavisado poderá contestar: “- Ué, mas você
não criticou a impontualidade do brasileiro?”. Exatamente! O que eu critiquei é a
falta de cumprimento dos prazos e não o de estabelecer prazos longos...
A fim de ganhar uma concorrência ou para demonstrar oferecer uma
melhor prestação de serviços, o fornecedor brasileiro estipula um prazo que depois não pode
cumprir. E o cliente acredita. No fim, se houvesse escolhido aquele outro fornecedor que ofereceu
prazo maior, talvez adquirisse o produto ou serviço mais cedo e com melhor qualidade.
É sobre essa “enrolação”, que me refiro!
Pesquisando sobre os países escandinavos, descobriu-se que a estratégia deles é exatamente contrária a dos brasileiros. Aqui quase não
se planeja. Parte-se logo para a execução... E se executa mal. Por quê? Ora, justamente pela pressa em realizar de qualquer maneira! Sem
planejamento, faz-se errado e refaz-se. E refaz-se e refaz-se, batendo cabeça;
até finalmente acertar. E assim os prazos estouram. Sem falar no desperdício material.
Nos países nórdicos, ninguém tem pressa em planejar. Mas
tem urgência em executar; claro que após inúmeras discussões e revisões de projeto. Mas
não há retrabalho. Executa-se corretamente da primeira vez.
E o cliente permanece satisfeito. E sabe o que os suecos, os
finlandeses e os dinamarqueses produzem? Os melhores aços, os melhores
celulares, os melhores motores automotivos e turbinas aeronáuticas, inclusive
para a NASA.
Fica aí a lição. A ser copiada por nossa nação emergente.
Fica aí a lição. A ser copiada por nossa nação emergente.