domingo, 7 de outubro de 2012

ERA SÓ O QUE ME INFARTAVA



A revanche da "patroete"

Cansada de ser vítima de pequenos furtos e prejuízos das empregadas domésticas, Helena não sabia mais que providências tomar, em relação aos cuidados com seu patrimônio.
Passou mais de uma dúzia de empregadas “trabalhando” em sua humilde residência.
Elas adoravam algumas coisas de uso da patroa: Shampoo, perfume importado, e roupa íntima. - Era quase que uma regra geral, dizia a protagonista desta narrativa, procurando não ser preconceituosa.
Durante o período de gravidez da Helena, foi contratada uma moça com 17 anos. Trazida pelas mãos da própria mãe, a serviçal ficaria dormindo em um dos quartos da casa durante a semana até sexta-feira, devendo retornar ao local de emprego no domingo à noite. Esperava-se que ela se acostumasse com a família e depois trabalhasse como babá da criança que iria nascer três meses depois.
Mas uma noite, voltando do trabalho, Helena e seu marido Diógenes tiveram uma surpresa: Ao entrar em casa pela porta da sala, viram na mesa de jantar, a maior desordem já encontrada... Parecia que havia sido servido um banquete para pelo menos uma dezena de convidados.
Pratos com restos de comida, copos sujos de cerveja e pipoca... Muita pipoca espalhada por todos os cantos da sala... E nada da Cidinha...
Pensaram no pior: Será que ela fugiu?
Não! Ela não havia fugido... Estava deitada na cama do casal, trajando um baby-doll de Helena e dormindo... Completamente bêbada.
Com muito esforço, a menina acordou. Ao ser interpelada pela inusitada cena, justificou-se alegando deitar-se um pouco para ver se passava a sua “dor de cabeça”.
Sem hesitar, o casal devolveu (na mesma noite) a adolescente a sua família.
Outras vieram depois: A “Cyborga” – aquela que quebrava tudo (incluindo a pia da cozinha), a idosa que enfileirava as folhas de alface na pia... Todas levaram algumas coisas, (além das supracitadas) como: furadeira elétrica, brinquedos, cosméticos e artigos de higiene pessoal, rádio, pilhas e até diploma de curso médio.
A última delas furtava também, mas não havia como provar.
Desconfiada, Helena mandou (justo na hora do final do expediente da garota) que ela comprasse pão na padaria e fosse à farmácia atrás de absorvente – tempo suficiente para ela revistar a sua mochila.
Muito a contragosto, a moça obedeceu e foi às compras.
Helena achou um sutiã novinho que ela havia comprado entre os pertences da empregada.
Sem remorso por haver fuçado nas coisas alheias, retirou o sutiã e pensou:
– Eu sabia! Agora quero ver a cara dela, quando perceber que eu descobri o roubo!
Retornando a casa, ofegante, a menina foi ao quarto para trocar a roupa e demorou em sair...
Passados longos minutos, ela finalmente sai muito contrariada...
- O que houve? – Perguntou Helena (já prevendo a reação).
- Eu não encontro meu sutiã, Dona Helena! Eu vi um igualzinho ao seu e comprei pra mim na mesma loja que a senhora comprou... Estava na sacolinha igual a sua. Será que eu deixei cair pelo caminho?
Com o rosto em brasa, Helena corre até seu quarto, abre a gaveta do armário e encontra outro sutiã, além do que tomou da empregada... A réplica perfeita um do outro; os dois adquiridos na mesma loja de lingerie...

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