terça-feira, 3 de julho de 2012

Pavulagem Amazônica - (não percamos nosso folclore)


Há uma lenda do nordeste brasileiro que nos conta a história de cinco personagens: Um fazendeiro, sua filha a “Sinhazinha da fazenda”, um capataz de nome Francisco e sua esposa grávida de nome Catirina.
Ah! Esqueci-me do personagem principal: O boi.  Mascote da fazenda. Querido por todos. Alguns diziam que ele até dançava.
Ocorre que a Catirina tinha lá seus desejos de gestante... E o que ela queria? Comer a língua do amado boi do fazendeiro!
Então Chico, o marido, a seu pedido, foi lá e cortou a língua do boi.
É natural que o animal morresse. E inconsolável, o fazendeiro pediu ajuda à magia dos pajés, para ressuscitar o finado boi.
Essa lenda se transformou em uma festa por várias partes do Brasil, tendo inicio em Pernambuco, mas com maior destaque no estado do Maranhão. É a famosa festa do bumba-meu-boi.
Bem, o que eu quero salientar aqui, São os 99 anos do Boi de Parintins, no Amazonas, que atrai em seu “Bumbódromo”, milhares de turistas.
Na ilha Tupinambarana em Parintins, a festividade (que dura por três noites) chama-se “Boi-Bumbá” e tem a importância para os amazonenses equivalente ao carnaval para os cariocas. Até por sinal, são requisitados para as escolas de samba do carnaval do Rio, alguns dos artistas que trabalham em Parintins, tamanha a qualidade de suas esculturas.
O boi para o Amazonas é um animal exótico. Foi trazido pelos europeus: portugueses, espanhóis franceses e holandeses, durante suas invasões.
Mas o povo do baixo amazonas teve a ideia de adaptar a lenda aos seus costumes e aos elementos de sua natureza. Acrescentou personagens, como a linda Cunhã-Poranga, representante feminina em uma festa predominantemente masculina (se fosse feia seria Cunhã-Baranga) e outros elementos da fauna e flora amazônicas.
Entre os interpretes da lenda, há o “levantador de toada”, papel comparável ao “puxador” das escolas de samba.
Em Parintins, há uma espécie de duelo (no bom sentido) entre duas comunidades:
O lado vermelho que tem o boi “Garantido” e o lado azul que tem o boi “Caprichoso”.
Podemos afirmar que o Boi-Bumbá é um evento turístico anual de sucesso garantido, por ser caprichoso.
Fico imaginando se houvesse uma dissidência dos dois lados: Seria instalado um terceiro boi: o “Garanchoso”.

Um comentário:

  1. Fiz amizade com uma jovem pernambucana e comecei a prestar mais atenção a tudo que acontece no nordeste e norte do país. Percebi desde então que é uma região voltada para o folclore popular com uma intensidade impressionante.
    Nosso país é tão extenso que infelizmente desconhecemos a beleza da nossa cultura, graças aos meios de comunicação podemos conhecê-lo melhor, agora, e nos orgulharmos de sermos brasileiros.

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